A tarde estava agradável no Rossio. Dezenas de noruegueses enfrascavam-se sem pensar no dia de amanhã. Escuteiros deambulavam pelos passeios, em actividades que só eles sabem, e junto à estátua 50 pessoas organizavam uma actividade da “acampada” e viam uma exposição de fotografias. O sol tépido convidava ao dia de reflexão antes das eleições. Subitamente, três polícias municipais entram na praça, o mais pequeno, de óculos escuros, dá voz de prisão a um jovem sentado numa banca em que decorre o autodenominado referendo sobre a democracia.
Tudo se precipita, os polícias agarram no jovem. Surgidos do nada aparecem uma dezena de elementos das Equipas de Intervenção Rápida que começam a correr à bastonada toda a gente da praça. Nenhum está identificado. Destroem a exposição. Retiram para dentro das carrinhas o material sonoro e a banca da acampada e prendem mais dois jovens. As pessoas presentes começam a gritar aos polícias: “O vosso coração está com o povo”, um homem diz-lhe: “Eu sei que vocês não têm condições de trabalho e ganham mal, mas o que estão a fazer não está bem.” Ao meu lado, alguém sussurra cínico: “O coração até pode estar, mas o neurónio não.” Caras fechadas, os agentes empurram e mandam a centena de pessoas, que se concentrou, recuar. Um deles vem disparado e berra-me: “Está a olhar para mim, eu estou identificado.” E estava, na placa estava escrito “Santos”. Mostro o cartão de jornalista. Tento falar com o oficial responsável, de nome J. Teixeira, não pode, confirma apenas que foram chamados pela Polícia Municipal. Mais tarde, oiço na rádio um responsável da Polícia Municipal, Ângelo Gonçalves, a dizer que foram acabar com “uma manifestação não autorizada”. Alguém explica ao sr. polícia que segundo a Constituição e as leis da democracia o direito de reunião e manifestação não necessita de autorização e que as cargas policiais são próprias da ditadura.
A velocidade do nosso dia, as rotinas, as mágoas, uma mão cheia de noticias para não nos deixar sorrir… E esquecemos quão belo pode ser um simples momento!
http://lmmgarcia.wordpress.com/2011/06/08/a-rima-do-sorriso/
Eu seu -> eu sei
cardas -> cordas
“Rio D’Oiro, quanto é que ganhas por estares aqui?”
Está equivocada, cara Vanethor. Aqui ninguém paga nada a ninguém. O truque, aqui, é “não pagamos”.
É isso que advoga a vossa super-luminária e mentor de Sócrates. Pedir e não pagar.
Eu seu que a vossa (sua)-Anacleta-senhoria está a contas com um processo de purga e que as várias nuances de justiça “verdadeira” tomam posições. Uns, ficam de pé, outros deitam-se. De entre os que se deitam, alguns deitam-se de barriga para baixo, outros, para cima. Todo este folclore urbano constitui-se e nuances de “verdade” JÁ.
Para dirimir toda esta fartura (não me refiro à que se embrulha em açúcar por ser, em excesso, popularucha) há que arranjar forma de aparecer a polícia. Uma canelada a um GNR dá direito a 5 pontos. Uma pêra, 10. Um dente partido a um polícia de choque, 50. Uma cabeça rachada garante a ascensão ao secretariado da JÁgunça organização. Quem ganha é quem aplicar melhor os métodos do Hamas. Aliás, as cardas que ficaram, em jeito de estendal, no Rossio, são um bom exercício. Quem lá passar a correr fica sem cabeça. E é bem feito, só poderá tratar-se de um “sionista”.
Rio D’Oiro, quanto é que ganhas por estares aqui?
Que a publicidade divulgação lhes não falta akamaradas:
http://fiel-inimigo.blogspot.com/2011/06/jaguncos-da.html
Estavam com falta de “pessoas” (para não dizer às moscas), o povo, o verdadeiro, não aparecia. Com a chegada da polícia, os JÁgunços foram acometidos pela miragem de converterem os agentes em milícias revolucionárias, assaltarem a Nato em Oeiras, baterem no FMI e em Paulo Portas, tomar o Palácio de Belém e dar origem à dinastia Anacleto.
Para isso era necessário dar guita. Senta-los na “assembleia”, expor-lhes o “regulamento”, enfim, embrulha-los na “revolução”.
Os malandros, que devem ser pagos pelos “sionistas”, pensaram que vocês eram simpatizantes do Hamas (como se isso fosse possível) … Há que fazer uma vigília JÁ à porta da embaixada de Israel e aprovar mais uma moção “anti-sionista”.
Oh malta, pá. Vocês nasceram ontem pá e acham que o pessoal não conhecem JÁ essa conversa de ginjeira pá.
…
Como está a organização da acampada no hemiciclo da Assembleia da República? Olhem que os antigos tachos já não cabem nos cadeiras que ainda restam.