Este Manifesto encontra-se em processo de elaboração e aberto a propostas. Não é um documento definitivo.
1º Manifesto do Rossio
Os manifestantes, reunidos na Praça do Rossio, conscientes de que esta é uma acção em marcha e de resistência, acordaram declarar o seguinte:
Nós, cidadãos e cidadãs, mulheres e homens, trabalhadores, trabalhadoras, migrantes, estudantes, pessoas desempregadas, reformadas, unidas pela indignação perante a situação política e social sufocante que nos recusamos a aceitar como inevitável, ocupámos as nossas ruas. Juntamo-nos assim àqueles que pelo mundo fora lutam hoje pelos seus direitos frente à opressão constante do sistema económico-financeiro vigente.
De Reiquiavique ao Cairo, de Wisconsin a Madrid, uma onda popular varre o mundo. Sobre ela, o silêncio e a desinformação da comunicação social, que não questiona as injustiças permanentes em todos os países, mas apenas proclama serem inevitáveis a austeridade, o fim dos direitos, o funeral da democracia.
A democracia real não existirá enquanto o mundo for gerido por uma ditadura financeira. O resgate assinado nas nossas costas com o FMI e UE sequestrou a democracia e as nossas vidas. Nos países em que intervém por todo o mundo, o FMI leva a quedas brutais da esperança média de vida. O FMI mata! Só podemos rejeitá-lo. Rejeitamos que nos cortem salários, pensões e apoios, enquanto os culpados desta crise são poupados e recapitalizados. Porque é que temos de escolher viver entre desemprego e precariedade? Porque é que nos querem tirar os serviços públicos, roubando-nos, através de privatizações, aquilo que pagámos a vida toda? Respondemos que não. Defendemos a retirada do plano da troika. A exemplo de outros países pelo mundo fora, como a Islândia, não aceitaremos hipotecar o presente e o futuro por uma dívida que não é nossa.
Recusamos aceitar o roubo de horizontes para o nosso futuro. Pretendemos assumir o controlo das nossas vidas e intervir efectivamente em todos os processos da vida política, social e económica. Estamos a fazê-lo, hoje, nas assembleias populares reunidas. Apelamos a todas as pessoas que se juntem, nas ruas, nas praças, em cada esquina, sob a sombra de cada estátua, para que, unidas e unidos, possamos mudar de vez as regras viciadas deste jogo.
Isto é só o início. As ruas são nossas.
O FMI mata!
O FMI, tal como a NATO, é outra sigla para EUA e UE.
A NATO mata!
EUA e UE matam!
Matam a nossa agricultura, a nossa pesca, o nosso artesanato, a nossa indústria, o nosso turismo, o nosso património natural, a nossa História!
Fim à ocupação colonial da “União” “Europeia”!
Solidariedade com os outros povos oprimidos pelo regime ditaturial e fantoche
da “União” “Europeia”!
Restaurar a independência nacional!
Restaurar uma constituição de Portugal!
Restaurar a moeda de Portugal!
Restaurar o controlo do que foram as nossas fronteiras terrestres e marítimas!
DEMOCRACIA VERDADEIRA JÁ!
Manifesto do Rossio: “….é uma acção em marcha e de resistência”
Resistência contra o quê? É bem possível que se trate apenas de um mal-estar geral… E quando o mal-estar não é bem definido, a história ensina-nos que há sempre uns chicos-espertos que se aproveitam do movimento para se colocarem no poder e criar um mal-estar muito pior que o anterior…
Manifesto do Rossio: “Nós, cidadãos e cidadãs, mulheres e homens, trabalhadores, trabalhadoras, migrantes, estudantes, pessoas desempregadas, reformadas,”
E que fazer com os Nós que votaram no Domingo passado nas eleições? Rasga-se os votos? Dá-se-lhes um injecção atrás da orelha? Não são gente? Em todo o caso são muitos mais do que Vós, e também são cidadãos e cidadãs, mulheres e homens, trabalhadores, trabalhadoras, migrantes, estudantes, pessoas desempregadas e reformadas?
Manifesto do Rossio: ….indignação perante a situação política e social sufocante que nos recusamos a aceitar como inevitável…”
Os que votaram também expressaram, à sua maneira, ‘indignação perante a situação política e social sufocante’! Ou não será assim?
Não haverá por acaso, entre as pessoas que fabricaram o Manifesto do Rossio, gente que participou nas eleições e porque a indignação popular não corresponde precisamente à sua, querem agora alterar na rua o resultado das eleições?
Manifesto do Rossio: “Juntamo-nos assim àqueles que pelo mundo fora lutam hoje pelos seus direitos frente à opressão constante do sistema económico-financeiro vigente.”
Pelo mundo fora há muitas lutas e todas elas completamente diferentes! Umas são contra sistemas financeiros, outros lutam por ausência de sistemas financeiros e ainda outros lutam por falta de finanças!!! Além disso não há no mundo apenas UM sistema financeiro, há vários! Fica então a pergunta, mas afinal a que luta, algures no mundo, se juntam os assinantes do Manifesto do Rossio?
Manifesto do Rossio: “Não somos contra a política mas não representamos nenhum partido ou sindicato.”
E porque razão, já que não são contra o uso de política, são contra os partidos (políticos) e sindicatos? Querem uma ditadura? E já pensaram no perfil do líder que pensam escolher?
Manifesto do Rossio: “…De Reiquiavique ao Cairo, de Wisconsin a Madrid, uma onda popular varre o mundo.”
Os problemas no Cairo são muito diferentes de Reiquiavique, Wisconsin, Madrid e Lisboa. Isto é comparar alhos com bugalhos. A rapaziada no Cairo vive há muito tempo debaixo de uma ditadura, e os protestos na praça Tahrir foram justos mas não adiantaram a ponta de um corno – continuam em ditadura e internet censurada. Mas comparar Madrid e Lisboa com o Cairo é simplesmente obsceno…
Manifesto do Rossio: “….o fim dos direitos, o funeral da democracia.”
Se há funeral da democracia, é porque havia democracia e estava viva! Já agora, pode saber-se onde?
Manifesto do Rossio: “A democracia real não existirá enquanto o mundo for gerido por uma ditadura financeira.”
O que é uma democracia real? Não será uma quimera que apenas existe na cabecinha daqueles que escreveram este Manifesto?
Manifesto do Rossio: “O resgate assinado nas nossas costas com o FMI…”
“Nossas”? Creio que a grande maioria da população portuguesa sabe muito bem que não há outra solução do que aceitar as condições do FMI… Porque é com esse dinheiro que o governo vai poder pagar os salários e as reformas dos ‘cidadãos e cidadãs, mulheres e homens, trabalhadores, trabalhadoras, migrantes, estudantes, pessoas desempregadas, reformadas’. Ou será que os Manifestantes do Rossio têm outras fontes de rendimentos?
Manifesto do Rossio: “O FMI mata! Só podemos rejeitá-lo.”
Matar não mata, mas viola! Mas é só o Presidente e está preso. Os Manifestantes do Rossio podem rejeitar aquilo que quiserem e estão no seu direito porque têm a sorte de viver em democracia, mas a maioria do povo já percebeu que não pode rejeitar – e em democracia verdadeira a opinião da maioria é que conta…
Manifesto do Rossio: “Isto é só o início. As ruas são nossas.”
Nossas o tanas, a rua do Carmo é minha! Vão lá ver a tabuleta… E tenho mais uma no Funchal, outra em São Paulo e ainda outra no Rio de Janeiro.
As mesmas ideias trouxeram-nos a este ponto de decadência deste país. Se se calam as novas ideias, então como sair? Um bem haja à iniciativa e que se mantenha pacífica e cheia de ideias criativas.
Se interessar, divulguem:
http://paxconsensio.blogspot.com/
Reposta ao MRPP:
Continuaram a usar o simbolo comunista. Isso mais näo é do que desacreditar o protesto.
O comunismo acabou, o capitalismo está a acabar agora.
Somos uma maioria À RASCA governados por uma minoria RASCA.
rocurar fazer em laboratório um GOVERNO SOL.
Não buscamos propriamente sentido ideológico, tipo esquerda/direita, porquanto que funcionaremos em sede de Tese;
Cada um com suas propostas e respectivos argumentos constituem a sua Tese sobre a sua proposta de Governo. As propostas mais votadas serão, em suma, o exemplo de Governo a seguir num processo de simulação constante da realidade.
Objectivo principal:
Através dessa prática fazer, em simulacro, uma verdadeira democracia experimental, directa e participada. Apontar em teoria essa possibilidade materializada num partido que o povo possa criar, que sem lideres, sem hierarquias, baseado somente no voto dos membros, possam condicionar os seus representantes, meros porta vozes, a defender as suas propostas em sede de parlamento.
Porque temos todos consciência que o povo, na sua sabedoria, tem consciência do que é o binómio partido/tacho, e como tal não confiará o seu voto a novos políticos, este partido assume o compromisso de não querer ser o GOVERNO em caso de ser eleito. Daí o seu lema ser “Eles ao poder, mas a cumprir um programa de orientação popular”
Assumirá os seus lugares no parlamento, com os deputados eleitos (meros porta-vozes da vontade do partido, que é completamente aberto à população em geral e que assim, nesse modelo democrático, apontará os caminhos a seguir para que os governantes sigam essa orientação popular. O poder será entregue, ministério a ministério, aos partidos com assento parlamentar, conforme a percentagem dos seus votos. Os actuais partidos serão os nossos governantes, caso fossemos eleitos. Conscientes do valor desta ideia, estamos convictos do seguinte:
Podermos apresentar a meta de 100.000 assinaturas para formar o movimento, que representará, assim e à partida um caso de inegável qualidade.
Invocaremos e provocaremos, a participação absoluta dos eleitores da abstenção, que por esse motivo dificilmente e sabendo da existência da possibilidade de este movimento ganhar as eleições, e temendo que PCP; CDS E BLOCO possam constituir governo, logo irão votar em sentido contrário, ou não.
Terá este partido 0,1% dos votos num universo de 8 milhões e clamará a vitória da Democracia, porque assim saberemos afinal o que pretendem os Portugueses.
Neste momento tudo indica o contrário, ou seja, este movimento teórico, terá o apoio em massa do eleitorado, descontente com os sucessivos governantes, e sabendo que não estão a criar tacho, darão a sua confiança nesta alteração subtil ao sistema, mas importante para o futuro.
Neste momento e bem contrário aquando a formação desta ideia embrião, até os políticos já aplaudem essa possibilidade. Só um governo de união, poderá mudar o rumo precário e à rasca, em que nos encontramos.
Vamos preparar a ideia e meter o bichinho na vontade popular, tal como sabemos que ela existe. Como uma onda “viral”, acreditemos que o voto é realmente a melhor arma que alguma vez deram ao povo e que está na hora de saber usar o valor do voto de cada um.
Este “manifesto” não pretende apontar a solução mas tão somente o caminho, para que o povo possa caminhar para um futuro que todos desejamos. Nenhum governante será melhor do que o Sócrates porque continuarão a governar em nome da austeridade, sem que possam governar bem, mesmo que seja essa a vontade, porque não tem legitimidade para tal.
Um governante não precisa de maiorias, nem de oposição. Precisa da legitimidade popular. Para que isso seja possível o povo precisa de ser o LIDER absoluto desse Governo que legitimará.
Os partidos já estão receptivos a esta ideia e como tal, estamos perante o dilema de poder apanhar essa onda, sob pena de deixarmos, que os mesmos consigam todos juntos, fazer mais do mesmo e o problema ficar, assim, por resolver. Um governo de coligação partidária sem um programa de base de cariz popular, é somente mais do mesmo.
Democracia Directa JÁ!
[…] Texte original : ICI […]
Click to access Manifesto.Eleitoral.pdf
as semelhanças entre os manifestos não são uma qualquer coincidência astral…
É o resultado natural de um povo que se sente oprimido, e que se depara com uma cova a ser escavada para si…
Força camaradas, resistam!
Apesar de este manifesto, que saiu de um grupo de trabalho e foi aprovado em Assembleia Geral, estar correcto nas causas e nas coisas a apontar, mas apenas pontual, coloco um link a um manifesto q estva escrito, e que vai de encontro ás mesmas sensibilidades, indignações, e explana muito bem, reinvidicações concretas.
Este manifesto tem a vantagem, para além de ser calro nas reinvindicações, de estar muito bem contextualizado e de apontar as causas com os nomes e interesses, ressaltando a causa internacional colocando-a como um mal deste mundo ocidental capitalizado (q já contaminou o resto mundo, é verdade!) e como uma indiganção mundial.
Bom, deixo à consideração, colocar este manifesto como algo tb do movimento do rossio.
https://www.facebook.com/notes/artigo-21%C2%BA/%C3%A0-considera%C3%A7%C3%A3o-manifesto-gera%C3%A7%C3%B5es-%C3%A0-pra%C3%A7a/183174435064781
Deixo aqui um link que pode ser util para reflexão sobre o que se passou hoje na Assembleia!
http://www.facebook.com/#!/notes/acampada-valencia/propuesta-de-organizaci%C3%B3n-de-la-acampada-valencia/189937954391834
Força!
Amanha volto a estar presente e a ver se consigo organizar trabalho para poder ficar noite dentro!
O nosso apoio des de o pais vizinho…estamos vivindo um importante momento e o futuro não será o mesmo despois de nossas açoes e pensamentos renovados.
Força e resistencia,
tamos juntos,
Via
A traduçao do manifesto para o francês :
http://lusitanies.blogspot.com/2011/05/1er-manifeste-de-la-place-du-rossio.html
Força !
Lusus
Penso que é fundamental que, de uma vez por todas, e de uma forma clara, definir os valores do arrendamento. Sem um arrendamento justo as pessoas vivem constantemente com a “corda” ao pescoço, e as indústrias não se desenvolvem. Basta de especulação. É urgente definir uma tabela máxima e mínima de valores de arrendamento de acordo com as dimensões dos espaços. Não pode ser permitido continuarem a arrendar quartos a 300 euros no centro de Lisboa, quando o nosso ordenado mínimo é pouco mais de 400 euros. É preciso definir novas regras, eficientes, para recuperação de imóveis. Não se pode estar à espera anos a fio que o proprietário faça obras – enquanto ele brinca com a especulação imobiliária. Basta de casas a cair aos bocados pela cidade. Casas que caem e já não há nada a fazer, enquanto vamos tendo uma cidade cada vez mais abandonada e vazia. Enquanto as Câmaras vão se eximindo das suas responsabilidades – não fazem obras, não querem saber, com tantos técnicos nos serviços municipais, tantos fundos. É urgente acabar com toda a burocracia e papelada e permitir que todos tenhamos uma casa digna para viver.
Minha cara isabel, concordo com alguns dos seus argumentos, mas,peço-lhe que pondere também o seguinte: nenhuma casa se mantem conservada sózinha e sem dinheiro. E há milhares de imóveis, espalhados pelo país fora, cujas rendas desde que foram congeladas após o 25 de Abril não permitem um rendimento mínimo que seja para a sua manutenção. Existem pessoas, muitas vezes sem necessidade sequer, a pagarem rendas de 10 e 15 euros, em casas que valeriam os tais 400 ou 500 euros de aluguer. E isso tem consequências tb no arrendamento para os mais jovens. Pela escassez de mercado de arrendamento, e com a actual legislação, há pouco ânimo de colocar mais casas no mercado para arrendamento, o que por si só se reflecte logo num aumento especulativo dos valores de aluguer. Não caia portanto na tentação do argumento tipo “robin dos bosques”, porque nem todos os proprietários são ricos e têm milhões de euros nos bancos, disponiveis para fazer obras, pelo contrário, há até situações de pessoas que têm prédios inteiros mas onde os rendimentos conseguidos mal lhes dão para alugar quartos… Consulte esta informação na associação de proprietários em Lisboa, e verá que fica chocada com o reverso da medalha.
É fundamental que os protestos sejam pacíficos e determinados, com ideias assertivas e construtivas.
Permitam-me que exponha três propostas:
1 – Estabelecer, no Estado e Empresas Públicas, um princípio de proporcionalidade entre a remuneração mínima e a remuneração máxima, para uma efectiva coesão social.
2 – Criar um portal online, da República, onde qualquer eleitor pode propor, a todos os outros, uma Iniciativa Legislativa do Cidadão. E onde todos os outros possam ter a oportunidade de assinar digitalmente a sua concordância.
3- Criar um portal online, da República, onde qualquer eleitor se pode candidatar a referendados cargos públicos (Deputado, Presidente da Câmara, Eurodeputado, PR). E onde todos os outros eleitores possam ter a oportunidade de assinar digitalmente para tornar esse candidato elegível e independentemente de pertencer ou não a uma estrutura partidária.
Obrigada pelo seu comentário. Tenho a noção da situação que reflecte e esse é o outro lado do problema. O foco da minha questão depreende-se com o facto de continuar a assistir a uma especulação enorme. Estudo na faculdade de letras, tenho colegas que alugam quartos e casas por preços que não se justificam. Colegas a pagarem por um quarto 300 euros, fora todas as despesas e sem direito a um recibo. Compreendo, e sei que existem rendas muito baixas e proprietários sem recursos – com rendas que mal dão para pagar a manutenção. Nem oito nem oitenta. Mas penso que é urgente uma reestruturação equilibrada e justa para todos do mercado imobiliário.
[…] No blogue da Acampada […]
Olá.
Apreciei bastante a opção inclusiva em relação ao género.
Protesto, porém, por os “culpados desta crise” surgirem apenas no masculino.
Os culpados: O ps, O psd, O cds, O bce, O fmi, O capitalismo, A adesão à união europeia e ÀS suas políticas centradas no lucro e destruição dos povos a favor dos interesses económicos e financeiros de um punhado de tiranos disfarçados.
Tens razão, Luís. Os culpados têm género e têm classe. Só que nem um, nem a outra são os dos povos e dos Portugueses. Não são os dos trabalhadores e dos reformados, dos jovens e dos idosos, das famílias e da vasta maioria que é verdadeiramente a riqueza deste país.